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Comerciantes aguardam chegada dos serviços ao mercado da Areosa

[caption id="attachment_210" align="alignleft" width="300"]Rua das Arroteias / Foto de Pedro Santos Ferreira Rua das Arroteias / Foto de Pedro Santos Ferreira[/caption]

A 31 de agosto de 2013, Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar [na altura candidato à presidência do Município] apresentava um projeto de reconversão e revitalização do Mercado da Areosa. Os comerciantes locais reivindicam agora, com urgência, a concretização desse projeto para atrair clientes para uma zona comercial que consideram estar “desertificada”.

O projeto de campanha eleitoral de Marco Martins visa, entre outras coisas, a conclusão do palco e respetivas infraestruturas adjacentes ao atual Mercado da Areosa, bem como a colocação de espaços de venda exterior numa praça central coberta. No rés-do-chão está prevista a instalação de uma esquadra da PSP e a criação de uma tarifa de estacionamento exclusiva para clientes. O autarca assumiu que o projeto seria executado em 2014, com um custo global de cerca de 150 mil euros, mas deparou-se, a 26 de agosto de 2013, com uma sentença judicial na qual o Município de Gondomar teria que pagar à Opção Sublime [empresa concessionária do estacionamento] 4,6 milhões de euros. Mais tarde, houve uma negociação com a empresa e a autarquia conseguiu poupar 1,2 milhões de euros, ficando a dever cerca de 3,5 milhões. As Grandes Opções do Plano e Orçamento Municipais para 2014 incluíam a requalificação do mercado mas, até agora, nada foi feito. Ao Vivacidade, Marco Martins explicou que o projeto está “em fase final de conclusão” e que será apresentado “mal seja possível”.

Entretanto, na rua Heróis da Pátria, os comerciantes falam numa “desertificação” da zona desde a construção do novo Mercado da Areosa, que não agradou à população residente.

[caption id="attachment_212" align="alignleft" width="300"]Comerciantes no Mercado da Areosa Comerciantes no Mercado da Areosa[/caption]

O edifício, apelidado de “machibombo” e “mamarracho”, tem afugentado a clientela mais idosa que preferia a disposição plana dos espaços de venda de frutos e legumes apregoados pelas comerciantes. Hoje, o cenário é bem diferente. As lojas estão dispostas como se de um centro comercial se tratasse, e os clientes têm que subir escadas ou recorrer a elevadores para encontrar os produtos que desejam. Do mesmo queixam-se os comerciantes com espaços comerciais no interior do Mercado. As vendas não cobrem os gastos e os dias são passados à espera dos clientes.

A situação não se revela muito melhor para os comerciantes à volta do Mercado. Os espaços comerciais que antes lucravam com a vinda dos clientes ao sábado lutam agora para sobreviver à “desertificação” instalada desde a instalação dos parquímetros na zona. Ao Vivacidade, queixam-se dos preços praticados que impedem e afugentam os clientes que por ali passavam. Ali ao lado, na Rua D. Afonso Henriques, o cenário é bem diferente. Diariamente milhares de pessoas circulam nos passeios da via que separa Rio Tinto da Maia.

A população residente e os comerciantes das ruas adjacentes ao Mercado reclamam agora uma redefinição do equipamento com a transferência dos serviços administrativos para o local, apontando o projeto do Município como a melhor solução para a revitalização do comércio local.

Comerciantes sugerem soluções José Vieira - Confecções Tininha, Rua Heróis da Pátria

[caption id="attachment_200" align="alignleft" width="300"]José Vieira / Foto de Pedro Santos Ferreira José Vieira / Foto de Pedro Santos Ferreira[/caption]

“Sou comerciante nesta rua há 40 anos. O negócio está péssimo desde que nos tiraram o Mercado da Areosa. Podiam ter restaurado o mercado antigo e não gastavam tanto dinheiro! Quiseram fazer este “mamarracho” que nos tirou muita clientela. O mercado deve ser rasteiro porque as pessoas de idade não querem andar a subir escadas ou elevadores. Desde que abriu o Parque Nascente sentimos uma grande queda. O novo presidente disse que ia fazer obras nesta zona e continuamos a aguardar. O problema é que esta zona está cada vez mais abandonada e a polícia está sempre aqui a passar multas. A zona está a ficar muito desertificada. Nós queremos conservar os empregados mas está muito difícil. A solução é transformar aquele edifício numa loja de cidadão ou num posto de serviços administrativos e instalar os comerciantes na praça que tem no exterior. As pessoas de idade é que vêm ao mercado.”

Adão Madureira - Adão Cabeleireiro Masculino, Rua das Arroteias

[caption id="attachment_202" align="alignleft" width="300"]Adão Madureira / Foto de Pedro Santos Ferreira Adão Madureira / Foto de Pedro Santos Ferreira[/caption]

“Trabalhava numa loja exterior ao antigo mercado da Areosa e depois abri este espaço na rua das Arroteias. Estou na Areosa há 40 anos. O mercado mexeu totalmente com a estabilidade dos comerciantes. Agora não tenho clientes de passagem, só os amigos da casa. Antigamente estacionavam o carro e vinham cortar o cabelo, agora já não estacionam aqui porque o estacionamento é pago e por isso a partir das 18h não tenho trabalho. A rua continua a ter muitos moradores, mas já não há tanta gente a circular. Os que ficaram não têm possibilidade de gastar dinheiro com o comércio local e hoje em dia já se corta o cabelo em casa. A melhor forma de resolver isto era facilitar o estacionamento mas as pessoas já perderam hábitos. Aquele edifício [mercado] não é tradicional, é composto por lojas e as pessoas são obrigadas a entrar para ver os produtos e um mercado tradicional não funciona nessa lógica.”

Alberto Batista - Salão de Chá Milho Rei, Rua Heróis da Pátria

[caption id="attachment_203" align="alignleft" width="300"]Alberto Batista / Foto de Ricardo Vieira Caldas Alberto Batista / Foto de Ricardo Vieira Caldas[/caption]

“Esta confeitaria existe desde 1996. Quando a abrimos o mercado ainda funcionava e esta zona ainda tinha muita gente. Depois retiraram a polícia, os bombeiros e algum comércio e notou-se uma queda abrupta que acabou por influenciar o comércio. O estacionamento pago também condiciona a deslocação das pessoas até aqui. Não acho que seja uma zona desertificada, mas de facto o estacionamento inibe o aparecimento das pessoas. Muita gente prefere correr o risco de parar o carro no passeio ou não pagar e depois sofrem alguns dissabores. Acho que podia ser criado um parque infantil no espaço aberto. Também foi falada a criação de um centro de serviços administrativos ou uma Loja do Cidadão, isso seria muito positivo.”

Carla Fernandes - Pedro Papelaria, Rua da Feira

[caption id="attachment_205" align="alignleft" width="300"]Carla Fernandes / Foto de Pedro Santos Ferreira Carla Fernandes / Foto de Pedro Santos Ferreira[/caption]

“Tenho o negócio aberto há um ano. Penso que há uma desertificação e cada vez há menos comerciantes. A mudança do mercado acentuou uma quebra muito grande na nossa clientela [na altura trabalhava no antigo mercado]. Temos muitos clientes que preferem não pagar o estacionamento. Como trabalhei sempre nesta zona tenho chamar as pessoas para o meu negócio. As pessoas preferem ir aos supermercados. Sei que o presidente quer revitalizar este mercado e tem um projeto preparado. Esperamos que essa seja a solução e acreditamos nela. Também seria uma boa ideia alargarem o prazo do estacionamento gratuito.”

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