As competições da CPLP, que se realizaram em Timor-Leste, também conhecidas como Jogos Desportivos da CPLP, são eventos multidesportivos que envolvem os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. O objetivo principal é promover a interação e a cooperação desportiva entre jovens atletas desses países, com idades inferiores a 16 anos. Os Jogos da CPLP incluem atletas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste As modalidades abrangidas nesta competição são: o atletismo, basquetebol 3x3, futebol, taekwondo, karaté, voleibol de praia, ténis e xadrez, com participação masculina e feminina em todas, exceto no futebol, que só é masculino. Nestas provas, três gondomarenses saíram medalhadas, duas em basquetebol, Lara Gomes e Rita Nunes, e uma no atletismo, Leonor Freitas. Falamos com as três jovens.
Leonor Freitas, tem 16 anos, é de Rio Tinto, mas treina no Inatel. A atleta conquistou ouro, prata e bronze.
Conte-nos um pouco do seu percurso.
Comecei a correr no Mega Sprint na escola. Os professores começaram a ver que tinha jeito e disseram-me para experimentar num clube perto do Porto. Decidi experimentar. Não tinha nada a perder, não estava a praticar nenhum desporto e era uma mais-valia. Comecei a gostar de correr. Estou há dois anos na modalidade e cada vez me sinto mais em “casa”.
Começou a prática da modalidade com 14 anos, foi difícil adaptar-se?
Não. Sempre pratiquei desporto, o que mudou foi apenas a modalidade, que me fez sentir em casa. Mesmo sendo uma modalidade diferente, nunca tive dificuldades em adaptar-me.
Como foi a fase de apuramento para as provas do CPLP?
A classificação foi feita durante um período de observação e tínhamos de fazer a melhor marca que conseguíssemos nesse período. Éramos avaliadas. Fomos cerca de oitenta atletas. Nesse período viram qual era a melhor marca nas disciplinas em avaliação para representar Portugal.
Conseguiu três medalhas, uma da Bronze, uma de Prata e outra de Ouro, qual foi a sensação de as conquistar?
Pensei que conseguia melhor, se tivesse feito a marca que faço normalmente conseguia uma melhor classificação, na dos 200 metros, que venci a medalha de bronze. Já estava muito cansada e as pernas não corresponderam. Na de prata, que era dos 100 metros, já estava à espera, porque a vencedora era incrível nessa vertente. Nos 4 por 100 é que venci ouro.
Como concilia as provas com a escola?
É um pouco difícil. Passo o dia inteiro na escola e só chego a casa à noite. Tenho conseguido conciliar tudo, temos sempre de encontrar um equilíbrio.
Quantas vezes treina por semana?
Seis vezes por semana, o único descanso é ao domingo.
Quais são os objetivos futuros?
Para a próxima época é melhorar cada vez mais e melhorar as marcas. Ver no que dá em provas internacionais e representar Portugal novamente.
Rita Nunes e Lara Gomes treinam juntas desde muito novas. Ambas têm 16 anos e são de Rio Tinto. Venceram a medalha de prata.
Contem-nos um pouco do vosso percurso.
Lara Gomes: Quando era mais nova não gostava muito de basquetebol, gostava de jogar futebol na escola, mas quando fui experimentar num clube não gostei muito. Quando experimentei jogar no 5basket comecei a gostar e a apaixonar-me pela modalidade.
Rita Nunes: Desde pequena que jogo basket. Os meus pais já tinham uma ligação ao basket. Fui experimentar no 5basket. O facto de as pessoas serem acolhedoras e empáticas fez-me ter vontade de continuar a jogar no clube e estar onde estou hoje.
Como surgiu esta oportunidade para Timor-Leste?
Rita Nunes: Há sempre festas de basquetebol, no Porto, Braga, etc e nessas festas são feitas as convocatórias para a Seleção Nacional. Fomos convocadas para os estágios de 3x3 e a federação escolheu-nos para irmos representar Portugal a Timor. Éramos uma comitiva muito grande.
Conseguiram a medalha de prata, como se sentiram com essa conquista?
Lara Gomes: Fomos a uma fase de grupos, com cinco países, Moçambique, Cabo Verde, Angola, Timor-Leste. Os dois primeiros iam à final, jogamos com Angola, e ganhamos, também, contra Cabo Verde, ganhamos, contra Moçambique, ganhamos. Fomos à final com Angola e perdemos. O cansaço já era muito.
Rita Nunes: Era tudo diferente, incluindo a temperatura. Estivemos lá bastantes dias para nos adaptarmos à troca de horários. É mais húmido. Os outros países já estavam mais habituados ao clima.
Como foi a experiência?
Estivemos lá 14 dias. Foi uma experiência muito boa.
Quais os objetivos futuros?
Lara Gomes: Gostava de continuar a jogar.
Rita Nunes: Gostava de jogar, mas ter outra profissão além do basquetebol e conseguir conciliar, porque as oportunidades nesta modalidade cá em Portugal são muito poucas.
Como conciliam os estudos com o basquetebol?
Lara Gomes: Não podemos por o basket como prioridade, mas tentamos fazer as duas coisas, bem. Acima de tudo estar o máximo atentas às aulas, para diminuir o tempo de estudo em casa, porque às vezes temos jogos à sexta-feira e ao domingo. Tentamos sempre conciliar, tendo um horário para tudo.
As três atletas foram representar Portugal a Timor-Leste, com Gondomar no coração. Agradecem “aos treinadores, à federação, aos fisioterapeutas, médicos, e a toda a comitiva, sobretudo à família que está sempre ao nosso lado”.