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“Nunca escondemos o facto de sermos de Gondomar”

[caption id="attachment_1416" align="alignnone" width="886"]800 Gondomar Diogo Nascimento, Alô Farooq (em cima), Frederico Ferreira e Rui Fonseca[/caption]

Rui Fonseca, na bateria, Frederico Ferreira, na guitarra e voz, Diogo Nascimento, na guitarra, e Alô Farooq, no baixo, compõem a banda riotintense 800 Gondomar, formada pela necessidade de “exprimir o desdém por crises existenciais, de combater o marasmo de crescer em Rio Tinto e de ter legitimidade para acender alguns foguetes ao som do verdadeiro rock ‘n roll”. O EP de estreia “800 Gondomar” já lhes valeu uma distinção da Threshold Magazine como uma das revelações nacionais de 2014 mas, em 2015, querem espalhar “felicidade e a mensagem do rock ‘n roll” por Portugal, em festivais, bares, cafés ou na garagem de alguém.

Como nasceu o projeto 800 Gondomar? Frederico Ferreira (FF) - A banda começou quando andávamos no 9.º ano. O Rui foi para a minha turma por mau comportamento e quando soube que ele tocava bateria decidimos trocar ideias musicais, foi aí que nasceu a ideia de formar uma banda. Rui Fonseca (RF) – Queríamos fazer alguma coisa porque estávamos na EB 2,3 de Rio Tinto a ter aulas em contentores e ficamos confinados a um campo de jogos. Havia muita tensão no ar e a banda foi uma forma de canalizar as emoções fora da escola. Nessa altura tínhamos dois membros que não vinham aos ensaios e acabamos por recrutar o Diogo, que já era nosso amigo desde a primária, e mais recentemente entrou o Alô, que foi uma boa adição.

Foram impulsionados por um sentimento de revolta? RF – Não quero cair no lugar comum a que o punk está associado. Não foi por aí. A verdade é que vivemos algumas situações que não merecíamos ter vivido e procuramos retirar inspiração dos momentos que vivíamos no dia a dia.

Já tinham formação musical? RF – Já tínhamos uns conhecimentos dos instrumentos que tocávamos. Diogo Nascimento (DN) – Eu não [risos]... FF – Ele é autodidata [risos].

Como é que decidiram escolher o nome “800 Gondomar” para designar a banda? RF – Basicamente é publicidade gratuita à STCP [risos]. Quem chega à paragem do Bolhão olha para a placa dos autocarros e vê o nome da nossa banda “800 Gondomar”. A escolha do nome foi unânime e a sonoridade fica no ouvido. A história é muito simples, eu ia no autocarro e ouvi a voz que indica o destino, fiz a sugestão e eles gostaram. O nome transmite o nosso sentimento porque nunca escondemos o facto de sermos de Gondomar. Alô Farooq (AF) – Tem a ver com a nossa terra e levamos Gondomar connosco.

Qual é o vosso estilo musical? RF – Rock de garagem. FF – Tentamos manter-nos nesse registo. RF – Não nos queremos limitar a um estilo, apesar de fazermos rock de garagem. AF - Apesar disso, temos covers de rock e de punk, não nos limitamos a um estilo.

Quem escreve as letras? RF – Normalmente sou eu que escrevo as letras. Tenho influências do hip-hop dos anos 70 e gosto muito dessa época musical em que se tentava passar uma mensagem. Acho que o punk e o hip-hop têm isso em comum porque nasceram para passar uma mensagem. Infelizmente isso foi-se perdendo.

Já partilharam palco com bandas promissoras? RF – Somos amigos da banda “The Sunflowers”, do Porto, com quem partilhamos um coletivo, chamado “O Cão da Garagem” que é um grupo destinado a impulsionar as novas bandas de garagem. No dia 22 de fevereiro, vamos tocar em Barcelos, no bar Xispes. Em maio, fizemos parte do festival Sai do Sofá, que se realiza no Armazém do Chá, e partilhamos palco com os Equations, do Porto. É sempre bom ver o nosso nome num cartaz com grandes bandas.

Onde costumam tocar? RF – No rock de garagem não podemos ser muito exigentes. Já tocamos no Armazém do Chá, que é um dos palcos mais famosos do Porto, mas também já tocamos em bares, salas de estar, campismos, onde houver espaço e instrumentos. FF – Não podemos ser esquisitos porque ainda estamos a espalhar a palavra.

O que vos trouxe o EP de estreia? AF – Conseguimos vende-los todos, o que já não é mau. Tínhamos 50 editados. DN – O objetivo nem era fazer dinheiro, era dar a conhecer a banda. RF – Antes de começarmos a vender dissemos que íamos disponibilizar o EP na internet, mesmo assim o pessoal quis comprar. Tínhamos que ter uma cópia física do nosso primeiro EP. É o nosso bilhete de identidade.

A Threshold Magazine distinguiu-vos como uma das 15 bandas que compõem uma lista de revelações a nível nacional. O que vos trouxe esta distinção? RF – Todas as distinções valem o que valem, mas a verdade é que ajudam sempre muito porque é mais um reconhecimento do nosso trabalho. Depois dessa distinção tivemos um grande número de visualizações na nossa página do Facebook e ficamos a ser mais conhecidos.

As redes sociais são cada vez mais importantes para projetos como o vosso? RF – O Facebook é fundamental mas também marcamos presença no Band Camp e no Youtube. O Facebook dá a conhecer todos os projetos e é onde fazemos mais partilhas e onde anunciamos os nossos concertos.

Para além do EP foi importante fazerem vídeos dos vossos concertos ao vivo? RF – Sim, porque mostram a nossa química em palco. Quando gosto de uma banda tento perceber como é que tocam ao vivo. Nós somos genuínos e mostramos os nossos concertos porque são o nosso cartão de visita.

Já pensaram em atuar no Festival de Música Moderna Portuguesa, no Largo do Souto, nas festas do Rosário? AF – Estamos disponíveis para tocar em qualquer espaço em Gondomar. Seria um prazer. RF – No ano passado pensei em inscrever a banda mas acabei por deixar passar a data. Este ano há essa possibilidade. Acabamos por nunca tocar em Gondomar porque não compreendem o nosso estilo. No entanto, acreditamos que há público para nós no concelho.

O que têm preparado para 2015? RF – Estamos a fazer os possíveis para andar por Portugal e queremos gravar mais vídeos, criar mais músicas e arranjar uma carrinha para andar por aí no verão. Entretanto temos que gravar mais músicas porque o EP não é suficiente para nos sustentar durante um ano.

Entretanto podemos seguir-vos nas redes sociais? Estão a prever lançar mais vídeos? RF – Só quando tivermos tempo. Os nossos vídeos têm uma estética low-fi, são feitos com pouco orçamento, e para já queremos manter-nos nesse registo.

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