No dia 29 de setembro Gondomar virou uma página. O ciclo de Valentim Loureiro foi encerrado e de 11 freguesias o concelho passou a ter apenas sete. Entre Presidentes de Junta eleitos e reeleitos, Gondomar passou a ser governado por uma onda socialista que não se alargou somente a dois territórios agregados: Fânzeres e S. Pedro da Cova e Gondomar (S. Cosme), Valbom e Jovim. O Vivacidade falou com os autarcas e procurou conhecer as propostas para os próximos quatro anos de executivo.
De Rio Tinto à Lomba, os eleitores foram a votos no dia 29 de setembro. A certeza era uma: com a contagem ao final do dia teria início um novo ciclo. O Partido Socialista foi o grande vencedor da noite, com a eleição do novo Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins, do Presidente da Assembleia de Gondomar, Carlota Teixeira, e de cinco dos sete Presidentes de Juntas e Uniões de Freguesia.
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Reeleição com vitória histórica em Baguim do Monte
Nuno Coelho foi reeleito com maioria absoluta em Baguim do Monte. Os baguinenses resolveram reforçar a votação do autarca socialista eleito pela primeira vez em 2005. Em entrevista ao Vivacidade, o presidente da Junta de Freguesia caracterizou esta vitória como “um resultado histórico”. “Transmite-nos um conforto ainda maior, mas também nos obriga a não defraudar a população”, refere Nuno Coelho. O mandato agora será, na opinião do socialista, de “concretização” e o principal objetivo, o Centro de Saúde de Baguim do Monte. “Temos o terreno e o projeto. A Câmara quer avançar com a construção, mas está à espera que o governo permita desbloquear o dinheiro”, explica. Mas não é só na saúde que Nuno Coelho pensa. “Temos também outros projetos, como as escolas primárias onde queremos colocar a Casa da Cultura e Juventude e de apoio ao Movimento Associativo, que é fundamental. Na outra escola queremos colocar uma divisão da PSP”, afirma.
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A CDU está preparada para gerir Fânzeres e S. Pedro da Cova
“A maioria absoluta muito significativa, nesta freguesia, é resultado de um bom trabalho e do reconhecimento do projeto que apresentámos às pessoas”, começa por referir Daniel Vieira, reeleito para S. Pedro da Cova pela CDU mas que agora tem pela frente uma realidade diferente com a agregação à freguesia de Fânzeres. A garantia da “mesma atenção” às duas freguesias é dada pelo autarca que pretende começar por uniformizar procedimentos e um conjunto de taxas. Já sobre a relação com o novo presidente da Câmara, Daniel Vieira espera encontrar um novo entendimento com as Juntas de Freguesia e manter as relações institucionais positivas.
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Sousenses e covelenses apostam na continuidade
Isidro Sousa, alargou a gestão do território que dirigia. A tomada de posse, a 18 de outubro, foi um ponto de viragem para uma nova realidade. A gestão da União de Freguesias de Foz do Sousa e Covelo está agora a cargo de Isidro Sousa que foi surpreendido com o resultado eleitorial. “Se dissesse o contrário estaria a mentir”, afirma o autarca. Apesar de ter decidido manter a sede em Foz do Sousa, o autarca irá delegar em Silvino Paiva [ex-presidente da Junta de Freguesia de Covelo] algumas competências para a gestão em Covelo. “É minha intenção uniformizar os preços em Foz do Sousa e Covelo. Também pretendo implementar uma unidade de trabalho em rede e plena sintonia”, conclui.
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Reviravolta nas contagens dá vitória ao PSD em S. Cosme (Gondomar), Valbom e Jovim
Na noite de 29 de setembro, 19 votos deram a vitória ao PS na União de Freguesias de S. Cosme, Valbom e Jovim. No entanto, com a reunião de Apuramento Geral dos votos, José António Macedo passou a ser o presidente eleito para estas freguesias. Um erro numa mesa de voto esteve na origem do problema. Poderá haver consequências jurídicas? “Poderá haver, porque isto não é uma situação normal. Há que apurar o que se passou porque estas situações não podem ficar impunes”, responde José Macedo. Já sobre o trabalho a realizar, o autarca espera alargar as competências e projetos implementados em S. Cosme, a Valbom e Jovim. Nos próximos quatro anos, Macedo quer melhorar o relacionamento com a Câmara Municipal e vê em Marco Martins “uma pessoa de bom senso”. “Estou confiante que vamos ter uma boa relação”, assume.
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Melres e Medas querem apostar no Douro
José Andrade saiu vitorioso das eleições autárquicas de 2013. O socialista tem a consciência “que foram as pessoas que quiseram mudar a conjuntura” mas admite que Melres e Medas têm “imensas coisas para fazer”. “O primeiro compromisso será exigir uma rede de saneamento. Temos uma parte já feita, mas não temos saneamento e um território sem saneamento não pode pensar na maior valência que tem, o turismo”, admite José Andrade. É nesse turismo que o autarca planeia apostar, aproveitando as potencialidades que o rio Douro oferece às freguesias e ao concelho. “Estão cá os recursos todos, falta repensar Gondomar”, salienta José Andrade.
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Na Lomba o objetivo é aproximar as pessoas à autarquia
Nos próximos quatro anos, o destino da Lomba será liderado por Rui Vicente. O jovem autarca promete “confiança, empenho, dedicação e trabalho” a uma freguesia que, na opinião de Rui Vicente, ficou esquecida durante a governação de Joaquim Viana. “Vamos estar mais junto das pessoas, porque o Sr. Joaquim Viana era um presidente muito ausente e desconhecedor”, lamenta. Prioridades para a Lomba? “Efetuar um levantamento e colocar em curso todas as pequenas obras, que tenham pouco impacto financeiro e sejam de execução rápida. Esperamos até ao final do ano dotar a nossa Freguesia de uma Caixa Multibanco”, afirma Rui Vicente.
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Riotintenses querem continuidade do projeto socialista
A freguesia mais populosa de Gondomar e do norte de Portugal, Rio Tinto, escolheu Nuno Fonseca como sucessor de Marco Martins para a Junta. O ex-secretário sempre esperou “uma vitória expressiva” e espera agora reorganizar a Junta de Freguesia com um “investimento profundo no edifício”. Nuno Fonseca admite que o projeto socialista “não está acabado” e terá a partir de agora “novas adaptações e um registo diferente”. Na opinião do autarca recém-eleito, é preciso criar um espaço polivalente “para os grandes eventos de Rio Tinto”, no local do antigo mercado de Rio Tinto e espera encontrar em Marco Martins apoio para “acabar” com a “injustiça” e conseguir um “investimento urgente” na freguesia. “Rio Tinto, durante 20 anos, sempre foi a freguesia que mais financiou o concelho de Gondomar e sempre foi das que menos recebeu”, lamenta Nuno Fonseca.