
Rui Nóvoa, 56 anos, será o cabeça-de-lista da candidatura do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Gondomar, nas próxima eleições autárquicas. Em entrevista ao Vivacidade, o bloquista destaca o trabalho que tem desenvolvido na Assembleia Municipal de Gondomar e considera fundamental a “entrada do BE na vereação” do Município.
O que o motivou a mostrar-se disponível para uma candidatura à presidência da Câmara Municipal de Gondomar? Sempre tive uma ligação muito próxima à vida ativa e política de Gondomar. Desde 2005, que desempenho funções na Assembleia Municipal e tenho pautado a minha ação com várias propostas e intervenções nesse órgão autárquico.
Só no atual mandato, mais de 90% das moções e recomendações por mim apresentadas mereceram aprovação e muitas delas até por unanimidade. Por isso, passados estes anos, julgo que está na altura de passar o meu testemunho ao camarada Bruno Pacheco [candidato à Assembleia Municipal de Gondomar] e de ter um papel mais determinante na governação dos destinos do concelho, nomeadamente através da Câmara Municipal de Gondomar.
A candidatura foi alvo de unanimidade no BE Gondomar. Essa decisão confere-lhe ainda mais responsabilidade nas Autárquicas 2017? Esta vontade resulta sobretudo do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos e vem confirmar a vontade dos membros do Bloco de Esquerda. No partido funcionamos em coletivo e essa tem sido a nossa maior força.
Quais são os objetivos do BE Gondomar para este ato eleitoral? O melhor resultado que tivemos neste concelho foi a eleição de um deputado para a Assembleia Municipal. Infelizmente, nunca estivemos representados na vereação da Câmara de Gondomar e essa é uma ambição que temos bem definida. Um dos nossos objetivos é também retirar a maioria absoluta à gestão autárquica do PS.
Julgo que o Bloco tem sido exemplar na sua coerência e disponibilidade para governar e isso tem sido visível a nível nacional.
Neste mandato, encontra casos em que o Bloco de Esquerda tivesse tomado outras opções? Certamente que sim. A precariedade dos funcionários do Município de Gondomar continua a ser muito preocupante para nós. A Câmara não pode ter funcionários com vínculos precários, tem que saber dar o exemplo.
Estamos também a lembrar-nos, por exemplo, das descargas diretas que as Águas de Gondomar continuam a realizar e isso faz-nos lamentar ainda mais a privatização desse tipo de serviços neste concelho.
Caso não seja eleito vereador, que participação política irá ter? Manterei certamente o meu combate em defesa da liberdade, do desenvolvimento e do bem-estar das pessoas. Os gondomarenses podem contar comigo em qualquer circunstância. A minha ligação à política começou em 1973 e tive sempre uma intervenção permanente nesta e noutras áreas da sociedade.
As candidaturas à Câmara e Assembleia Municipal foram recentemente apresentadas aos gondomarenses. Quando será apresentado o programa eleitoral do partido? Para nós é fácil redigir o programa, mas queremos convidar as pessoas e ter em conta os seus contributos. Entendemos os nossos elementos das listas como reais contributos para os programas eleitorais e a seu tempo iremos lançar o nosso programa eleitoral.
Quando serão revelados os restantes candidatos do Bloco de Esquerda? Os restantes candidatos deverão ser anunciados em maio. Nessa altura os gondomarenses serão informados.
Qual será a ideia fundamental que o Bloco quer passar durante o período de campanha? Escolhemos o slogan “Mais força para Gondomar”. É a partir dessa ideia que vamos centrar a nossa candidatura. O concelho precisa de ter uma voz mais forte, que ande para a frente e que sirva de motor durante toda a campanha.
Queremos mais esquerda para Gondomar e estamos convencidos que a entrada do BE na vereação será muito positiva para o concelho.
Tendo em conta os candidatos já anunciados, o que antevê nos próximos tempos? O nosso adversário não é a Coligação Democrática Unitária (CDU) nem o Partido Socialista (PS). O que nos move é aquilo que ficou por fazer ao longo deste mandato
No que diz respeito ao candidato da direita [Rafael Amorim], julgo que não há muito a dizer. Será mais uma candidatura que morrerá após as eleições. É lamentável que o Bloco de Esquerda - apenas com um deputado eleito - tenha apresentado um maior número de propostas e moções na Assembleia Municipal que os deputados do PSD/CDS naquele órgão autárquico.
No entanto, acima de tudo, acredito que os gondomarenses saberão decidir o melhor para Gondomar.
Candidaturas foram apresentadas na Biblioteca Municipal de Gondomar No dia 7 de abril, o Bloco de Esquerda Gondomar realizou a cerimónia de apresentação pública dos candidatos à Câmara Municipal e Assembleia Municipal de Gondomar. Rui Nóvoa e Bruno Pacheco foram os eleitos para encabeçar as respetivas candidaturas aos referidos órgãos autárquicos. “Candidato-me, porque quero ajudar a retomar o caminho da inovação e do desenvolvimento que está há demasiado tempo adiado. Candidato-me, porque queremos mais e melhor esquerda para Gondomar”, disse Rui Nóvoa durante a apresentação. Pedro Filipe Soares, José Soeiro, Jorge Campos e Luís Monteiro também marcaram presença na cerimónia. Recorde-se que Rui Nóvoa foi delegado sindical do setor metalúrgico, aderiu ao BE aquando da sua fundação e faz parte da coordenação distrital do Porto e da Mesa Nacional do partido.