
O realizador Rui Simões inaugurou, no dia 15 de outubro, a exposição temporária “Foi Assim Há 40 Anos”, no Museu Mineiro de São Pedro da Cova. A mostra ficará patente até 22 de abril de 2017.
As fotografias recolhidas à época da realização do filme “São Pedro da Cova”, de 1976, estão expostas no Museu Mineiro de São Pedro da Cova. A iniciativa organizada pela União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, em parceria com o Museu Mineiro e a Real Ficcão, contou com a presença do realizador Rui Simões, que selecionou 31 fotografias de vários momentos de gravação do filme, das gentes mineiras, da equipa de filmagem e dos seus colaboradores.
“Para mim é especial, 40 anos depois, São Pedro da Cova lembrar-se de mim. Naquela altura andava à procura da minha linguagem para fazer um filme sobre o 25 de Abril e foi aqui que nasceu essa linguagem, através do contacto cinematográfico e pessoal. Por isso, esta exposição não é só minha, é nossa”, referiu o realizador, em discurso.
Mais tarde, em declarações ao nosso jornal, Rui Simões reconheceu “um impacto muito grande” da exposição na comunidade são pedrense e mostrou-se comovido com a reação dos visitantes. O cineasta confirmou ainda a possibilidade de realizar um novo filme sobre a freguesia mineira. “O desafio que me é colocado consiste em realizar um pequeno filme para juntar à trilogia de 1976. Ainda não tenho nenhuma ideia mas posso afirmar que esta exposição é a primeira fase desse novo filme. Hoje já estamos a gravar e vamos partir deste dia para um novo trabalho”, afirmou Rui Simões.
Por sua vez, Daniel Vieira, presidente da União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, inseriu a exposição “nos objetivos de preservação da memória e da história de São Pedro da Cova”. “Este filme fez parte, em 1977, da seleção oficial do Festival de Cinema de Berlim e mostra que nesta terra - onde durante 17 décadas o destino de centenas de milhares de homens, mulheres e crianças era o subsolo - o 25 de Abril foi muito mais do que a liberdade e a democracia política. Foi um grande momento de participação e de realização popular, aliada a um grito de revolta e a um sonho que esta população tinha de criar uma sociedade mais justa e fraterna”, disse o autarca.
Serafim Gesta (Mazola), autor do guião do filme, também esteve na inauguração da mostra e recordou o “valor cinematográfico” de Rui Simões, “cineasta capaz de construir uma obra de grande valor histórico e patrimonial”.
Refira-se ainda que a par do realizador também marcaram presença na inauguração da exposição protagonistas e colaboradores da realização do filme.